-- então você começa a se acabar. [...] "
Aquela foi só
uma madrugada louca qualquer, onde eu já estava distante em
consciência e nos desvendamos no sofá.
Eu nunca
nem o havia visto, e na verdade, sua imagem agora não é
nada nítida em minha vaga lembrança, mau o seu nome é.
As vezes eu o perco, vagando entre dois e todos e nenhum outro cara.
E então eu volto ao nós, em como seus lábios
fizeram a curva de meu pescoço até a orelha, passando
pela bochecha e finalizando com um beijo molhado e sem fim. Estávamos
embriagados, fugindo de uma festa da qual nem prestei atenção,
a não ser ao fato de estar nela. O álcool fazia tudo
girar um pouco, e mesmo tendo plena noção do que
acontecia eu não podia reagir, meu corpo não funcionava
por inteligência e sim por estimulo.
Eu não
vi as horas passarem, apenas deparei-me com pedaços de panos a
minha volta, um chão frio e acolhedor, cacos de uma loucura e
estômago afundando. Não estava mais ali em poucos
minutos. Eu e tudo que podia lembra-lo do que a noite foi
desapareceu.
Estás
a minha procura, como se, -sem nem perceber-, houvesse deixado
rastros de uma paixão em seu peito, unhadas de algo sério
pelos braços fortes que me apanharam ou marcas vermelhas de
carinho e futuro na pele clara. Querido, sinto informa-lo, mas essa
não era eu, havia apenas um vestígio em meus olhos do
que realmente sou, mas as bebidas mudaram-me por quase completo
enquanto faziam efeito dentro de mim. Esqueça e recomecemos.
Prazer, nós
não nos conhecemos, eu nunca estive nesse apartamento
bagunçado e estranhamente familiar e nem mesmo nunca trocamos
sequer uma palavra antes, quanto menos carícias de um fogo
devastador. É bom que se recorde apenas de uma alguém
que gosta de romantismo e sonha em se casar, com véu e
grinalda, uma pessoa completamente diferente da menina mulher que lhe
sorriu sexy sob a claridade dos poucos postes ainda acesos às
cinco da manhã. Uma alguém com quem você nunca
terá a chance de ser feliz ou poder amar... ao menos, de ser
correspondido, porque não chega a valer nem o chão que
pisa.
Claro, não
muda o seu alto-astral contagiante, nem seu jeito engraçado e
debochado que me fez rir, mas não quer dizer que só
porque é um garoto legal que apague a sinceridade sinistra de
uma imaturidade que não cabe a mim ajudar a crescer. Apenas
seja homem o suficiente para apagar-me de suas maldosas recordações. Novamente, esqueça. - Me.
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