sábado, janeiro 14, 2012

Esqueça. - Me.





-- então você começa a se acabar. [...] "


  Aquela foi só uma madrugada louca qualquer, onde eu já estava distante em consciência e nos desvendamos no sofá.
Eu nunca nem o havia visto, e na verdade, sua imagem agora não é nada nítida em minha vaga lembrança, mau o seu nome é. As vezes eu o perco, vagando entre dois e todos e nenhum outro cara. E então eu volto ao nós, em como seus lábios fizeram a curva de meu pescoço até a orelha, passando pela bochecha e finalizando com um beijo molhado e sem fim. Estávamos embriagados, fugindo de uma festa da qual nem prestei atenção, a não ser ao fato de estar nela. O álcool fazia tudo girar um pouco, e mesmo tendo plena noção do que acontecia eu não podia reagir, meu corpo não funcionava por inteligência e sim por estimulo.
Eu não vi as horas passarem, apenas deparei-me com pedaços de panos a minha volta, um chão frio e acolhedor, cacos de uma loucura e estômago afundando. Não estava mais ali em poucos minutos. Eu e tudo que podia lembra-lo do que a noite foi desapareceu.

Estás a minha procura, como se, -sem nem perceber-, houvesse deixado rastros de uma paixão em seu peito, unhadas de algo sério pelos braços fortes que me apanharam ou marcas vermelhas de carinho e futuro na pele clara. Querido, sinto informa-lo, mas essa não era eu, havia apenas um vestígio em meus olhos do que realmente sou, mas as bebidas mudaram-me por quase completo enquanto faziam efeito dentro de mim. Esqueça e recomecemos.
Prazer, nós não nos conhecemos, eu nunca estive nesse apartamento bagunçado e estranhamente familiar e nem mesmo nunca trocamos sequer uma palavra antes, quanto menos carícias de um fogo devastador. É bom que se recorde apenas de uma alguém que gosta de romantismo e sonha em se casar, com véu e grinalda, uma pessoa completamente diferente da menina mulher que lhe sorriu sexy sob a claridade dos poucos postes ainda acesos às cinco da manhã. Uma alguém com quem você nunca terá a chance de ser feliz ou poder amar... ao menos, de ser correspondido, porque não chega a valer nem o chão que pisa.
Claro, não muda o seu alto-astral contagiante, nem seu jeito engraçado e debochado que me fez rir, mas não quer dizer que só porque é um garoto legal que apague a sinceridade sinistra de uma imaturidade que não cabe a mim ajudar a crescer. Apenas seja homem o suficiente para apagar-me de suas maldosas recordações.                               Novamente, esqueça. - Me.

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