quinta-feira, agosto 09, 2012

Imagine





  Lá em cima, de frente para a enorme escultura, o vento parecia poder levar-me, carregar-me, deixando uma mistura de medo e conforto em meu peito; Pessoas e mais pessoas, de todos os lugares prováveis do Brasil e alguns do mundo cercam-me, em movimentos lentos e apressados, entre risos e reclamações; então em outro instante -no breve minuto em que fechara os olhos e respirara profundamente, acolhendo a sensação deliciosa do ar rarefeito,- éramos apenas eu e ele; eu e seus braços, e seus olhares, e seu calor, e seu toque e sorrisos -no plural, porque tem vários: um quando está chateado e tenta parecer bem, um quando é cínico, um quando está admirado com algo;
o galante, o malicioso, o sincero, simpático, divertido e um quando encontra minha alma afogada em lágrimas-.
  Poderia imaginar-nos rodopiando sem música por toda a grandiosa plataforma envolta o Cristo. Beijos de amor e fogo, suspiros quentes sob a neblina ffria, e estamos tão conectados; numa perfeita harmonia, sintonia; em perfeito e intenso companheirismo.
  Um leve sorriso de canto brota em meus lábios, -segundos depois abrindo-se num de dentes, o que dou sempre ao notar sua presença-; a imagem desfaz-se então quando volto a abrir os olhos e encarar o céu, -onde de um lado é iluminado pelo sol e ao contrário, decorado por um pedaço semi-transparente da lua-;     Novamente cerco-me de gente estranha e que mal me vê, e que, -com certeza-, não exerga-me como você.   Novamente cerco-me de vários perfumes e cores, mas ainda com toda loucura claustofóbica ao redor, mantem-se a gloriosa sensação de termo-nos no sabor um do outro; ligação tão forte esta que une-nos, que nem a distância de milhares de km consegue apagar-te de mim. O tempo inteiro sinto-o; como se o tempo inteiro se mantivesse aqui.   

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