Lá em cima, de
frente para a enorme escultura, o vento parecia poder levar-me,
carregar-me, deixando uma mistura de medo e conforto em meu peito;
Pessoas e mais pessoas, de todos os lugares prováveis do
Brasil e alguns do mundo cercam-me, em movimentos lentos e
apressados, entre risos e reclamações; então em
outro instante -no breve minuto em que fechara os olhos e respirara
profundamente, acolhendo a sensação deliciosa do ar
rarefeito,- éramos apenas eu e ele;
eu e seus braços, e seus olhares, e seu calor, e seu toque e
sorrisos -no plural, porque tem vários: um quando está
chateado e tenta parecer bem, um quando é cínico, um
quando está admirado com algo;
o
galante, o malicioso, o sincero, simpático, divertido e um
quando encontra minha alma afogada em lágrimas-.
Poderia imaginar-nos rodopiando sem música por toda a
grandiosa plataforma envolta o Cristo. Beijos de amor e fogo,
suspiros quentes sob a neblina ffria, e estamos tão
conectados; numa perfeita harmonia, sintonia; em perfeito e intenso
companheirismo.
Um
leve sorriso de canto brota em meus lábios, -segundos depois
abrindo-se num de dentes, o que dou sempre ao notar sua presença-;
a imagem desfaz-se então quando volto a abrir os olhos e
encarar o céu, -onde de um lado é iluminado pelo sol e
ao contrário, decorado por um pedaço semi-transparente
da lua-; Novamente cerco-me de gente estranha e que mal me vê,
e que, -com certeza-, não exerga-me como você. Novamente cerco-me de vários perfumes e cores, mas ainda com
toda loucura claustofóbica ao redor, mantem-se a gloriosa
sensação de termo-nos no sabor um do outro; ligação
tão forte esta que une-nos, que nem a distância de
milhares de km consegue apagar-te de mim. O tempo inteiro sinto-o;
como se o tempo inteiro se mantivesse aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário