sábado, setembro 22, 2012

A Garota do inseparável salto alto





  E então, a Garota do inseparável salto alto, batom cintilante e echarpe vermelho, subiu o primeiro degrau para o paraíso.
  Bom... Retirando a ultima palavra citada na frase anterior... Na verdade, ela caiu direto para o inferno, nos braços daquele sujeitinho de sorriso malicioso -aliás!, bem nos braços de seu amado cara da pele branca e olhar profundo; caiu bem de cabeça na porcaria do amor-.
  Os grandes olhos de cílios longos e pesados fitaram outros tão belos quanto -cheios de saudade, desejo, paixão e todos os sentimentos do gênero; aqueles outros tão belos olhos dos quais ela jamais se esqueceria; chocolate e mel ou noite de céu estrelado, não era mesmo essa descrição que lhes fazia? Oh, sim! Quanta admiração! Oh, sim! Quanta bobagem clichê também!-. Estava de longe, com aquele erguer de lábios -ao mesmo que tímido, dizendo: "veja como sou a melhor"- que há tanto -puxa!- há tanto tempo não se deixava mostrar; e mesmo de longe, claro que perceberia a piscadela de seu adorável "Objeto" em retribuição.
  E então, a Garota do Carmen Steffens coral 36, sombra Mac e Tomara Que Caia preto, terminou a escadaria com toda aquela reviravolta de novo em si. Sabe? É o tipo de coisa que se lê nos livros de Meg Cabot. As borboletas resolveram acordar em seu estômago vazio -e toda aquela dança a deixava lisonjeadamente enjoada-; o coração lhe parecia pular três batidas -cada uma mais descompassada que a outra, e, a certo ponto, seu nervosismo fora tão grande que a pobrezinha chegara a acusar -em voz alta!- de seu "Tum Tum, Tum Tum, Tum Tum", estar tentando levá-la a uma parada cardíaca-; e a mente? Bom, -Ha! Ha!- estava subindo às alturas, com pensamentos cada vez mais loucos e, sinceramente, bem prováveis de se concretizarem -o tipo de coisa que levava os romancistas do século XIX a escreverem seus textos tão idealizados; o tipo de coisa que jamais aconteceria com pessoas comuns e que incrivelmente tinham o prazer de alucinar a divertida e problemática e sempre apaixonada... enfim... não citemos nomes, okey?!-
  Pois é! Para muito desespero, o amor estava no ar -bem como o aroma inconfundível dele-; e para um desespero ainda maior, não lhe era a única a amar; não lhe era nem um pouco platônico.
  E então, a Garota do inseparável salto alto, batom cintilante e echarpe vermelho, estava -novamente- incontrastável e maravilhosamente apaixonada.   

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